quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

POPULAÇÃO DA FELGUEIRA PLANTOU HORTA NUM BURACO DO ASFALTO

Foi no Sábado, dia 9 de Fevereiro, que a população das Caldas da Felgueira mostrou mais uma vez o seu profundo descontentamento pela forma como a localidade tem sido discriminada pela autarquia. A situação já não é nova, arrasta-se desde os mandato do P.S. á frente dos destino da Câmara Municipal, mas não se vislumbra qualquer “luz ao fundo do túnel”.
O protesto foi no mínimo original, à boa maneira de Gil Vicente, satirizando-se a decadência a que se chegou com a plantação de uma horta num grande buraco situado mesmo em frente ao Hotel Pantanha, baptizada como “horta da câmara municipal de Nelas”. A situação do asfalto é uma das maiores reivindicações da população, dado o seu estado deplorável, que em nada dignifica um dos principais locais turísticos do concelho. Para além desta, outras intervenções ao nível das necessidades básicas tardam em se concretizar, como sejam o arranjo de passeios, bancos de jardim, limpeza da ribeira, tratamento de zonas verdes, parque infantil e o famigerado parque de estacionamento (estes dois últimos foram iniciados , depois abandonaram-se).
É grande a indignação por parte de empresários e autarcas
Armando Monteiro (autarca na Junta de Freguesia de Nelas, pela coligação PSD/PP e membro da associação de desenvolvimento da Felgueira), mostra-se desiludido pela ausência total de investimento na localidade, afirmando ao nosso jornal que “já por duas vezes fomos reunir com a Sra. Presidente da Câmara para sabermos o porquê de não se estar a cumprir uma das promessas da campanha eleitoral, que era lavar a cara à Felgueira”. “Constatamos que tudo não passa de boas intenções, como se pode verificar na questão por exemplo da ajardinagem e do parque de estacionamento, em que se começou a fazer alguma coisa e depois se abandonou. Num local que vai passar a ter gente todo o ano, com as termas abertas, o que se exige é que pelo menos se dê uma imagem diferente ao nível das infra estruturas básicas”. Afirmando que a Junta de Freguesia se tem disponibilizado para inclusive apoiar algumas das obras, este autarca mostra-se agastado com as respostas que tem recebido, nomeadamente “que essas obras que querem fazer não foi esta Câmara que as iniciou”. “Não temos de facto tido quaisquer resultados nas tentativas que temos feito e penso que tem havido má vontade para com a Felgueira”, conclui Armando Monteiro, que concorda plenamente que tenha que se avançar cada vez mais com outras formas de protesto e reinvindicação, que a seu ver poderão vir a ter alguma eficácia – “esta via será a mais correcta”, afirmou-nos referindo-se ao protesto da “horta”, dado que “se educadamente não chegamos a lado nenhum, posso garantir que vamos continuar por esta via”.
Tem que haver aqui uma revolução
António Pires, empresário de hotelaria, é das vozes mais críticas em relação ao actual executivo camarário. Apoia a sua contestação nas promessas que sucessivamente vão sendo feitas, sem que haja o mímino de cumprimento. “Confirmaram publicamente que no início de Novembro do ano passado iriam começar a fazer algumas obras, mas até agora nada foi feito. Já estamos fartos que nos atirem areia para os olhos”, afirmou o conhecido empresário cuja contribuição para o desenvolvimento inicial da Felgueira é por todos reconhecida. A.Pires vai ainda mais longe, ao defender não só a continuação desta forma de protesto, mas inclusive formas ainda mais radicais, como por exemplo “irmos com caldeiros para a porta da Câmara Municipal – é o que se está a preparar. Acho que de outra maneira não vamos conseguir nada e o que se passa aqui não é justo – estamos perto de Nelas, vêm para aqui turistas de todas as partes, não só portugueses mas também estrangeiros e isto acontece porque aqui só há meia dúzia de votos, esta é que é a realidade. Os nossos políticos só fazem obra em função dos votos – é vergonhoso. Isto não é humano”. Conclui afirmando que “tínhamos esperança que com esta Câmara as coisas mudassem, afinal continua tudo na mesma”. Sobre o impacto que a situação tem junto dos clientes das suas unidades hoteleiras, é categórico ao afirmar que “grande parte deles estão a ir para São Pedro do Sul, onde têm muito melhores condições, a começar pela animação”.

ADELINO AMARAL PASSA AO CONTRA ATAQUE

“A renovação não se faz com as mesmas pessoas e com os mesmos métodos,
isso é um logro”


A Comissão Política de Nelas do PS promoveu, no último sábado, um encontro que considerou de “memorável” com militantes e simpatizantes da freguesia de Senhorim.
Considerado terreno hostil para os socialistas, pelo menos durante os mandatos de José Correia, o líder do PS, Adelino Amaral conseguiu juntar à mesma mesa alguns antigos dirigentes do partido na freguesia, que elogiaram a iniciativa da direcção local do PS, prometendo apoia-la em todos os actos eleitorais que se avizinham.
O primeiro de todos é já as eleições internas no PS de Nelas, em Março.

Antigos dirigentes e autarcas do PS da freguesia de Senhorim estiveram sábado passado num jantar promovido pela actual comissão política concelhia, na sede da associação de Vila Ruiva, manifestando o seu apoio a Adelino Amaral, na “luta” pela liderança do partido, que se discutirá nas eleições internas agendadas para Março. Pese embora estes encontros com os militantes tenham já assumido um carácter regular, à medida que se aproximam as eleições para a comissão política concelhia, estes últimos têm sido mais concorridos. Como é sabido Adelino Amaral não deverá estar sozinho na corrida, tendo como principal adversário, o antigo presidente da Câmara, José Correia, que embora não encabece nenhuma lista, poderá constituir o principal apoio a uma candidatura alternativa.
Em terreno considerado “ inimigo” para o PS, Adelino Amaral conseguiu ainda assim reunir alguns apoios, de velhos militantes e dirigentes socialistas da freguesia de Senhorim que se congratularam com este regresso do “partido” a uma terra que tem a sua “ história política”. “ Há 20 anos que ando na política e não me lembro de um jantar nesta freguesia”, recordou o antigo presidente da Junta, prometendo estar “ presente” em todos “ os actos que contribuam para uma vitória do PS no concelho”. Emocionado com este reencontro do partido com as suas bases, outro militante “histórico” da freguesia, António Lopes, dizia que jantar “até parece mentira”, esperando que a partir de agora seja “ dado um novo impulso ao PS”, pois como referiu “ não podemos estar reféns de ninguém”. “Nunca pensei que isto fosse possível em Senhorim, espero que este movimento não pare”, acrescentava ainda outro velho militante, José Lopes.
Para Adelino Amaral esta se não foi uma “noite memorável”, foi pelo menos uma “noite importante para o PS”, que pela primeira vez conseguiu reunir “ um conjunto de pessoas em torno de um projecto político em Senhorim”.
Fazendo um balanço da actividade do partido desde 2005, altura em que tomou conta dos seus destinos, Adelino Amaral lembrou que veio encontrar um PS completamente “desagregado”, com um número reduzido de militantes, em que apenas dois tinham as quotas em dia. “Assumimos como primeira prioridade o reforço e o renascimento do PS e esse objectivo tem sido conseguido. Hoje temos cerca de 100 militantes e cerca de metade com as quotas pagas”, afirmou, lembrando as várias iniciativas promovidas por esta comissão política, com o objectivo de reactivar o partido nas freguesias, e de promover o debate junto da população.


Adelino Amaral quer mais dois anos para preparar autárquicas

E se estes dois anos serviram basicamente para “ arrumar a casa”, o líder local do PS garante que são precisos mais dois para consolidar o trabalho feito e preparar as candidaturas às próximas eleições autárquicas. “ Quando nos candidatamos à comissão política, candidatamo-nos para quatro anos” lembrou, pensando, contrariamente ao que “alguém disse” que a renovação do partido se faz com “pessoas novas e com novas ideias” e não “com os mesmos métodos e com as mesmas pessoas”. Uma indirecta para José Correia, que no último jantar em Carvalhal Redondo, terá afirmado que a renovação não é feita obrigatoriamente com caras novas.
Apostado na sua reeleição no próximo mês de Março, Adelino Amaral congratulou-se com o regresso de alguns antigos militantes que depois de um período de “costas voltadas” para o partido, regressam agora pela sua mão. “ É importante que o PS seja um partido forte e mobilizado em todas as freguesias”, exortou, prometendo trabalhar no sentido de encontrar os melhores cabeça de lista em cada freguesia e ainda para a Câmara Municipal. “ Esta se calhar não é a vaga de fundo, mas é pelo menos a semente para atingirmos esse objectivo”, considerou, usando uma vez mais uma expressão de José Correia no último jantar do PS.
Noutro patamar , e enquanto líder da oposição no executivo camarário de Nelas, Adelino Amaral deu ainda conta de algumas posições assumidas pelos vereadores do PS relacionadas com a freguesia de Senhorim, nomeadamente as dúvidas levantadas com a compra de uma casa em Vila Ruiva para a construção de um Centro de Dia, que na sua opinião não reúne as condições para a edificação de um equipamento desta natureza. O vereador informou assim os presentes do processo de constituição de uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social – em Senhorim, com o objectivo de prestar apoio aos idosos da freguesia, primeiro através da valência de apoio domiciliário e mais tarde com a construção de um lar no lugar de Igreja.


Francisco Cardoso assume-se como alternativa

O próximo encontro com os militantes e apoiantes da sua lista está já marcado para o dia 1 de Março em Canas de Senhorim, que no espaço de pouco tempo recebe o segundo jantar organizado pelo partido. Uma freguesia em que Adelino Amaral tem estado apostado nesta campanha interna, contando aí com alguns apoios importantes. Este sábado, em Senhorim, marcaram aliás presença alguns canenses, bem como figuras conhecidas de Nelas, como é o caso de Rui Neves, que depois de ter andado desaparecido destas lides, assume o apoio a esta comissão política, uma vez que também se encontra incompatibilizado com o antigo presidente da Câmara.
Não é inocente a aposta em Canas de Senhorim, pois é ali que José Correia tem provavelmente os seus mais fervorosos inimigos políticos, apesar do candidato apoiado por si ser, curiosamente, da freguesia. Contactado pelo nosso jornal, Francisco Cardoso, confirma a candidatura à comissão política, decisão que, de resto, considera ser legitima, tendo até em conta a sua “antiguidade” no partido. Cardoso garante que a sua lista não pretende afrontar ninguém, mas tão só “diferenciar-se” daquilo que tem sido o trabalho da actual direcção do PS local, a quem não deixa de reconhecer trabalho e muito empenho. Contando também com alguns apoios de peso – a actual vereadora Natália Coelho será um deles, Francisco Cardoso diz estar nesta corrida para vencer e para “preparar um projecto credível para o concelho de Nelas” . Parco em comentários sobre o envolvimento de José Correia neste processo, o candidato diz apenas que o antigo presidente da Câmara lhe terá manifestado que “ está muito bem como está” . Por enquanto, pelo menos, nos bastidores de uma luta interna que promete arrastar-se para lá das eleições na concelhia.

BORGES DA SILVA ABERTO A CANDIDATURA PELO PS

Borges da Silva pisca o olho ao PS mas pode avançar como independente


O ex vice presidente da Câmara de Nelas e actual vereador em funções, Borges da Silva não descarta a hipótese de vir a encabeçar uma lista independente ou até integrar uma candidatura pelo partido socialista, que já há algum tempo a esta parte lhe vem “apalpando o pulso” nesse sentido.
Com um processo de expulsão do PSD actualmente “às costas”, o ex número dois de Isaura Pedro na autarquia de Nelas, garante estar apenas a aguardar pelo resultados das eleições internas no PS para tomar uma decisão quanto ao seu futuro político.


As eleições para a comissão política concelhia do PS, previstas para o próximo dia 14 de Março, antes de acontecerem já marcam a agenda política em Nelas. E há quem, como Borges da Silva, faça “ depender” o seu futuro político dos resultados do sufrágio interno do partido que, durante quase duas décadas deteve a hegemonia no concelho.
Em rota de colisão com a Coligação PSD/ CDS que integrou em 2005, ganhando as eleições ao então “homem forte do PS” - José Correia, Borges da Silva nunca escondeu as suas aspirações políticas, começando agora a redefinir estratégias com vista às autárquicas de 2009, após um período de duro confronto com os seus ex companheiros de equipa. O processo de expulsão instaurado pela Distrital do PSD, entretanto já reclamado por alguns “ históricos” que pedem a sua readmissão, deverá no entanto mantê-lo afastado do partido, que actualmente é controlado por novos militantes que entraram depois da sua demissão da comissão política. E se é já um dado adquirido que Isaura Pedro se mantém como cabeça de lista às próximas eleições, numa coligação com o CDS/PP, é também certo que Borges da Silva dificilmente teria espaço numa
candidatura liderada pela chefe do executivo, depois de tudo o que se tem passado nos últimos dois anos. Ora, sem a «passadeira» do PSD, o vereador da coligação, que tem funcionado como uma terceira “força” no executivo camarário, posicionando-se mais vezes ao lado dos vereadores da oposição do que do seu próprio partido, promete clarificar em breve o seu futuro político. E em breve significa apenas esperar pelos resultados no PS, que como é sabido, entrou num processo de luta pela liderança, com a direcção de Adelino Amaral a ser confrontada com alguns adversários de peso, ligados ao antigo líder socialista, José Correia, que parece agora querer regressar à primeira linha do combate político. Pese embora todo o trabalho considerado “ meritório” de renovação do partido, Adelino Amaral não deverá evitar a “ fuga” de alguns militantes para uma lista alternativa à sua e previsivelmente liderada por um dos homens da confiança de José Correia - Francisco Cardoso, que entretanto já confirmou ao nosso jornal a candidatura à liderança do PS em Nelas.

PS já terá manifestado interesse em Borges da Silva

Adivinha-se portanto um “ super Março” no concelho, capaz de redesenhar o mapa de candidaturas às autárquicas do próximo ano. Borges da Silva não exclui no entanto nenhum cenário. De uma candidatura independente, a poder integrar um lista do partido socialista, o ex número dois da coligação dá a entender que tudo pode acontecer , até porque são conhecidos os contactos que vem mantendo com o principal partido da oposição em Nelas e a sua proximidade nos últimos tempos ao PS, via Câmara Municipal. “A nível local não pode haver dogmatismos, nem ortodoxias, não se podem fechar as portas” afirmou ao nosso jornal, não escondendo a desilusão com a equipa que está a conduzir os destinos do concelho. Borges da Silva confirma de resto que já terá sido abordado, quer pela facção do partido socialista próxima de Adelino Amaral, quer por gente ligada a José Correia, apesar de ser conhecido o “ódio de estimação” existente entre ambos num passado recente, nomeadamente no tempo em que o vereador dirigiu o jornal Correio de Nelas. Ficou célebre o caso Topack, levantado pelo jornal, e as graves acusações contra José Correia, de favorecimento em negócio.
Mudam-se os tempos, mudam-se neste caso as vontades, e aquilo que seria impensável até há bem pouco tempo atrás, pode estar na calha para um futuro próximo, com Borges da Silva a correr ao lado de José Correia, numa lista liderada por este. Há quem diga que ambos querem a desforra de 2005, o primeiro porque foi afastado da vice presidência da Câmara e o segundo porque nunca digeriu a derrota, ou melhor, a vitória de uma antiga companheira de equipa, Isaura Pedro, e ainda de um dos seus mais próximos colaboradores, em tempos, Manuel Marques.
Apesar da “ fragilidade” de ter perdido estas eleições, o nome do antigo presidente da Câmara nunca deixou de ser ventilado para a câmara, em 2009, estando mesmo a ser “empurrado” para a luta autárquica por alguns militantes que não se conformam, por um lado com a governação PSD/CDS, e por outro com o estilo mais “low profile” e menos populista do actual líder do PS, Adelino Amaral. Para muitos dos observadores da cena política local este tem a “fragilidade” de ser pouco conhecido nalguns locais, apesar de ter vindo a conquistar terreno e apoios nos últimos tempos, podendo vir a “requisitar” Borges da Silva precisamente com o objectivo de conseguir uma maior mobilização em certas freguesias.

Luís Pinheiro poderá também ser candidato

O autarca e jurista não rejeita nenhuma das hipóteses, até porque como faz questão de lembrar “ o último candidato do PS esteve 16 anos na Câmara e também tinha sido corrido do PSD num processo de luta interno ”. Outro cenário que Borges da Silva não afasta é ainda uma candidatura independente, com alguns dos nomes estiveram consigo na comissão política e outros destacados militantes. “ Se não houver espaço para ganhar há pelo menos espaço para marcar uma posição para o futuro”, acredita, podendo ter como aliado um peso pesado do PSD local – Luis Pinheiro- que também se fala para número dois da lista de Isaura Pedro à Câmara Municipal. Pinheiro tem no entanto o problema do movimento em Canas de Senhorim, enquanto a actual presidente da Câmara teria outro: apesar de ter conseguido erguer pontes com Canas, a edil poderia ter algumas dificuldades em explicar ao eleitorado de Nelas e de outras freguesias a presença na sua equipa de uma das pessoas que mais lutou pela divisão do concelho. E assim sendo, a aposta terá de passar por outras figuras mais consensuais dentro PSD ou próximos desta área política.
Dentro do PS, há quem entretanto não veja com tanta certeza a expulsão definitiva de Borges da Silva do PSD, e assim sendo, o xadrez político eleitoral poderá contar com “um sério adversário em 2009”, dizem.

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE NELAS FESTEJOU O SEU 58º ANIVERSÁRIO

Reunindo artistas plásticos da região, a Cooperativa apresentou também o seu novo “néctar”

ADEGA DE NELAS COMEMOROU COM “ARTE” OS SEUS 58 ANOS

Foi no dia 18 de Fevereiro de 1950 que, graças ao grande espírito empreendedor de vários viticultores do concelho, foi fundada a Cooperativa Agrícola de Nelas. Um história com 58 anos, recheada de êxitos, que a colocam na actualidade como o 3º maior engarrafador da região do Dão. Mais uma vez a originalidade da efeméride foi a nota dominante, com a presença de vários artistas plásticos da região, uma iniciativa coordenada pelo Canense Aires dos Santos. As obras foram criadas na própria adega, com motivos alusivos ao vinho, como a pisa humana das uvas, as barricas e outros. Uma simbiose perfeita - a arte da pintura, com a arte da vinificação. Afonso Loureiro, presidente da direcção, agradeceu a todos a presença neste evento, e aproveitou para mostrar que as dificuldades que o sector passa, particularmente na área cooperativa, somente poderão ser debeladas com uma maior união entre todos. Foi neste âmbito que sustentou que “o Dão no seu conjunto já é pequeno, temos que nos unir e acabar com as guerrilhas internas”. Mostrando-se confiante que no final de Fevereiro possam haver algumas novidades a este nível, com as cooperativas a “darem as mãos”, Afonso Loureiro mostrou claramente o seu empenho em que haja uma profunda transformação do sector na região demarcada do Dão. A cooperativa Nelense aproveitou entretanto esta ocasião para apresentar o seu novo vinho, uma combinação da casta do Dão Alfrocheiro com Touriga Nacional, dentro da gama Nelus. Serão produzidas trinta e cinco mil garrafas e, segundo o enólogo Luís Miguel, trata-se de um vinho diferente, que foi fermentado durante 7 dias, com temperatura controlada, teve uma maceração também de 7 dias e um estágio em barricas de carvalho. Tivemos oportunidade de o provar e este será sem dúvida um vinho com êxito garantido no mercado. Coube ao gestor José Lemos salientar o uso de uma nova cor no rótulo (lilás), prosseguindo a empresa o uso do mesmo design usado desde há muito na gama Nelus.

EX TRABALHADORES DA E.N.U.

DIREITOS DOS EX MINEIROS DA URGEIRIÇA VÃO SER DISCUTIDOS NO PARLAMENTO NO PRÓXIMO DIA 7 DE MARÇO
Reunida em mais um plenário no passado Domingo, a comissão dos ex trabalhadores da E.N.U. (empresa nacional de urânio) discutiu o ponto de situação e acções a desencadear na defesa dos seus direitos, que tardam em se concretizar.

Em causa estão os direitos de acesso à reforma (50 anos como idade mínima), exames médicos e indemnizações por doença profissional, aos ex mineiros da Urgeiriça que aquando da sua dissolução da E.N.U. não tinham vínculo laboral com a empresa, mas que lá trabalharam efectivamente, ou seja a equiparação dos direitos em relação aos que tinham esse vínculo. Em causa estarão entre 100 a 120 ex trabalhadores. Estes direitos vêm consignados nos D.L. 195/95 e 28/2005 e derivam da exposição à radioactividade a que estes trabalhadores estiveram expostos aquando do exercício da sua actividade profissional, que resultou na diminuição das suas capacidades profissionais. António Minhoto, porta voz da comissão, perante um plateia de cerca de meia centena de ex trabalhadores, informou que finalmente está agendada para o próximo dia 7 de Março a discussão dos projectos lei de Outubro de 2007 (Bloco de Esquerda) e Dezembro de 2008 (CDU), sendo que este último foi o mais “ambicioso” dado que “abrange não só os ex trabalhadores, mas também os residentes nas proximidades das minas, que também estiveram expostos ao radão”, conforme referiu. A. Minhoto, que aproveitou ainda para dizer que também o PSD e o CDS-PP se aliaram a esta causa, garantido o seu apoio às suas reivindicações.

PS ainda não deu qualquer indicação da sua posição
Para que seja aprovada a lei que confere os referidos direitos é necessário que o PS, que detém maioria absoluta no parlamento, vote também favoravelmente. Neste contexto, foi agendada já para a próxima Quarta Feira uma reunião com a comissão política concelhia do PS que se mostrou disponível para analisar a situação. A. Minhoto fez questão de sublinhar que “tendo sido deselegante não termos obtido uma resposta ao ofício que enviamos, não podemos deixar de estar optimistas, porque para já também não há uma resposta negativa por parte do PS”, indo ainda mais longe ao afirmar que “se o PS não repor a justiça nesta situação está a colocar em risco a própria democracia”. Apelando a uma “ida em massa” a Lisboa no dia 7 de Março, o porta voz da comissão espera que o PS não fique isolado na votação e caso isto aconteça, “já está preparada a continuação da luta, na rua e nos tribunais”, sendo que “se não for agora aprovada a lei, em 2009 voltará a ser agendado o assunto na assembleia, e se o PS não conseguir a maioria absoluta, já temos a garantia dos outros partidos de que teremos a lei aprovada”.

TOTAL TRIM

EMPRESA CATALÃ VEIO PARA FICAR
Num mundo empresarial cada vez mais globalizado, onde o ritmo das mudanças e a frenética mobilidade do capital são características mais do que enraízadas na vida das empresas, a TOTAL TRIM, empresa Espanhola que se instalou na zona industrial de Nelas já vai para 2 anos, aposta nos recursos humanos como factor primordial para a sua prosperidade. Esta unidade tem como director o empreendedor Eduardo Ruiz, Espanhol de nascença, mas um profundo admirador de Portugal, particularmente da qualidade dos seus trabalhadores.
A empresa mãe foi fundada em 1999, em Terrassa (Catalunha – Espanha). A experiência dos seus fundadores já vem de longa data. Desde logo a Total Trim decidiu promover um arrojado projecto de internacionalização abrindo unidades de produção em Portugal, e uma representação em Tanger (Marrocos). A unidade da Maia foi a grande aposta neste processo e em Maio de 2006 é criada unidade de Nelas que pouco tempo depois esteve em risco de encerrar, sendo a totalidade da sua produção tranferida para a Maia. Com a chegada de Eduardo Ruiz foi precisamente o contrário que se passou.
Unidade de Nelas esteve para morrer à nascença
Assim, na fase de estudo do processo de encerramento da fábrica de Nelas surge a “bombástica” notícia do encerramento da Johnson Controls. O recém chegado director da fábrica pensa então que iriam ficar no desempregos largas centenas de trabalhadores, uma mão de obra qualificada que poderia e deveria ser aproveitada pela Total Trim. Dá-se assim um volte face na decisão, porque segundo Eduardo Ruiz, “encontrámos no pessoal saído da Johnson grandes profissionais em todas as áreas”. Um caso relativamente atípico em que o fecho de uma empresa impediu o fecho de outra. A administração da empresa, em Espanha, decide assim ao invés de encerrar a unidade de Nelas, fechar a da Maia e transferir para Nelas, todas as suas operações em Portugal.
Uma empresa de rosto humano
A aposta estratégica na qualidade dos seus recursos humanos,é assim o pilar fundamental em que assenta o posicionamento de “excelência” que a empresa tem no sector automóvel. Prova disso é a sua carteira de clientes, que inclui contrutores de renome, como Mercedes, Nissan, Peugeut, Citroen, Seat e Renault. Os principais clientes da filial de Nelas são a Simoldes, Faurecia – Palmela e Porriño ; CIE Plastics ; Copo Iberica e Visteon, entre outros . Actualmente a empresa tem 56 trabalhadores, a larga maioria oriundos da Jonhson Controls. No final de 2008 prevêm ficar com um total aproximado de 100 efectivos, como resultado do projecto de expansão, actualmente em execução, que irá abranger ainda o alargamento da sua área coberta em mais 500m2. Confeccionando em linhas contínuas todo o tipo de tecidos necessaríos para os interiores dos automóveis (daí o nome Total Trim), desde pequenos revestimentos, até capas para os bancos, a Total Trim utiliza a mais avançada tecnologia disponível, nomeadamente o corte automatizado dos tecidos (sistema CAD-CAM), em 3 linhas que estão ligadas “on line” à unidade central em Espanha. Saem da Total Trim de Nelas mais de uma milhão de peças por mês. No global a Total Trim, em Espanha, tem um volume de negócios que ronda os 25 milhões de euros. Quando por nós questionado sobre a importância do pessoal altamente qualificado na sua unidade, Eduardo Ruiz fez questão de salientar “todo o pessoal, desde a costureira ao Engenheiro é muito importante para o desempenho da empresa, estando todos assim ao mesmo nível”.
A empresa encontra-se actualmente processo de certificação (norma ISSO 9001-2000) e para a contratação das cerca de 50 pessoas não irá recorrer aos incentivos do estado, por considerar “a burocracia muito pesada, o que desmotiva para uma candidatura aos incentivos – esta é uma realidade muito negativa no nosso país”, confidencia-nos a directora de recursos humanos da empresa. O mesmo já não acontece com a autarquia local, de quem a direcção da Total Trim só tem elogios a fazer, pela celeridade com que apreciou o seu pedido de licença para a ampliação das suas instalações.
Em termos de outros projectos de expansão, a empre prevê, a curto prazo, começar também a produzir em Tanger (Marrocos).
Acerca da concorrência dos chamados países emergentes Eduardo Ruiz mostra-se bastante apreensivo com esta realidade, mas mais uma vez confia que a competência e produtividade da mão de obra em Portugal é um factor muito forte e que poderá constituir uma importante defesa face a essa concorrência. Não há dúvida que tem razões para isso.
Web : www.totaltrim.net
Zona Industrial de Nelas
3520-095 NELAS
Tel : 232-940835