quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

POPULAÇÃO DA FELGUEIRA PLANTOU HORTA NUM BURACO DO ASFALTO

Foi no Sábado, dia 9 de Fevereiro, que a população das Caldas da Felgueira mostrou mais uma vez o seu profundo descontentamento pela forma como a localidade tem sido discriminada pela autarquia. A situação já não é nova, arrasta-se desde os mandato do P.S. á frente dos destino da Câmara Municipal, mas não se vislumbra qualquer “luz ao fundo do túnel”.
O protesto foi no mínimo original, à boa maneira de Gil Vicente, satirizando-se a decadência a que se chegou com a plantação de uma horta num grande buraco situado mesmo em frente ao Hotel Pantanha, baptizada como “horta da câmara municipal de Nelas”. A situação do asfalto é uma das maiores reivindicações da população, dado o seu estado deplorável, que em nada dignifica um dos principais locais turísticos do concelho. Para além desta, outras intervenções ao nível das necessidades básicas tardam em se concretizar, como sejam o arranjo de passeios, bancos de jardim, limpeza da ribeira, tratamento de zonas verdes, parque infantil e o famigerado parque de estacionamento (estes dois últimos foram iniciados , depois abandonaram-se).
É grande a indignação por parte de empresários e autarcas
Armando Monteiro (autarca na Junta de Freguesia de Nelas, pela coligação PSD/PP e membro da associação de desenvolvimento da Felgueira), mostra-se desiludido pela ausência total de investimento na localidade, afirmando ao nosso jornal que “já por duas vezes fomos reunir com a Sra. Presidente da Câmara para sabermos o porquê de não se estar a cumprir uma das promessas da campanha eleitoral, que era lavar a cara à Felgueira”. “Constatamos que tudo não passa de boas intenções, como se pode verificar na questão por exemplo da ajardinagem e do parque de estacionamento, em que se começou a fazer alguma coisa e depois se abandonou. Num local que vai passar a ter gente todo o ano, com as termas abertas, o que se exige é que pelo menos se dê uma imagem diferente ao nível das infra estruturas básicas”. Afirmando que a Junta de Freguesia se tem disponibilizado para inclusive apoiar algumas das obras, este autarca mostra-se agastado com as respostas que tem recebido, nomeadamente “que essas obras que querem fazer não foi esta Câmara que as iniciou”. “Não temos de facto tido quaisquer resultados nas tentativas que temos feito e penso que tem havido má vontade para com a Felgueira”, conclui Armando Monteiro, que concorda plenamente que tenha que se avançar cada vez mais com outras formas de protesto e reinvindicação, que a seu ver poderão vir a ter alguma eficácia – “esta via será a mais correcta”, afirmou-nos referindo-se ao protesto da “horta”, dado que “se educadamente não chegamos a lado nenhum, posso garantir que vamos continuar por esta via”.
Tem que haver aqui uma revolução
António Pires, empresário de hotelaria, é das vozes mais críticas em relação ao actual executivo camarário. Apoia a sua contestação nas promessas que sucessivamente vão sendo feitas, sem que haja o mímino de cumprimento. “Confirmaram publicamente que no início de Novembro do ano passado iriam começar a fazer algumas obras, mas até agora nada foi feito. Já estamos fartos que nos atirem areia para os olhos”, afirmou o conhecido empresário cuja contribuição para o desenvolvimento inicial da Felgueira é por todos reconhecida. A.Pires vai ainda mais longe, ao defender não só a continuação desta forma de protesto, mas inclusive formas ainda mais radicais, como por exemplo “irmos com caldeiros para a porta da Câmara Municipal – é o que se está a preparar. Acho que de outra maneira não vamos conseguir nada e o que se passa aqui não é justo – estamos perto de Nelas, vêm para aqui turistas de todas as partes, não só portugueses mas também estrangeiros e isto acontece porque aqui só há meia dúzia de votos, esta é que é a realidade. Os nossos políticos só fazem obra em função dos votos – é vergonhoso. Isto não é humano”. Conclui afirmando que “tínhamos esperança que com esta Câmara as coisas mudassem, afinal continua tudo na mesma”. Sobre o impacto que a situação tem junto dos clientes das suas unidades hoteleiras, é categórico ao afirmar que “grande parte deles estão a ir para São Pedro do Sul, onde têm muito melhores condições, a começar pela animação”.

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