sexta-feira, 18 de abril de 2008

JOSÉ VAZ ASSUME CANDIDATURA

Ex presidente da Câmara garante que irá apresentar-se às autárquicas em 2009 com uma equipa de elevado rigor técnico e grande espírito de missão.
Objectivo é a criação de uma terceira via
“A minha candidatura à Câmara não é contra ninguém”
O conhecido advogado de Canas de Senhorim e ex presidente da Câmara, José Vaz, confirmou em primeira mão ao nosso jornal que irá candidato à Câmara Municipal, nas eleições autárquicas de 2009. Mantendo no entanto o silêncio se será uma candidatura independente ou no seio de um partido político, não adianta quaisquer nomes de apoiantes, criando assim desde já um “tabu”.

Depois das inúmeras movimentações políticas ocorridas nos “bastidores”, que antecederam o último acto eleitoral interno do P.S., surge agora o advogado José Vaz a avançar com a sua candidatura. Assumindo um caminho diferente em relação ao que tem vindo a ser seguido pela coligação no poder, José Vaz adianta que “a minha candidatura não é contra ninguém mas apenas pelo progresso do concelho, numa perspectiva diferente da que tem vindo a ser seguida”. Se por um lado dá a entender uma abertura a uma candidatura pelo PS, por outro lado não exclui outras hipóteses, ao referir que “se não voltar a repetir-se a minha candidatura pelo Partido Socialista, vou apresentar-me ao eleitorado com uma equipa de elevado rigor técnico e grande espírito de missão para resolver os problemas do concelho, dado que a maioria dos eleitores não se revê nem no actual executivo, nem na oposição, tornando-se assim necessário criar uma terceira via convergente que venha restaurar uma nova esperança aos habitantes do concelho”. Lembramos que tendo sido o mais jovem presidente da Câmara de Nelas, quando tinha apenas 30 anos, esteve no executivo entre 1982 e 1985 (com maioria absoluta), e deixou algumas marcas no concelho, como a criação da comarca de Nelas, um vasto plano de investimento na rede de abastecimento de água ao domicílio em Canas de Senhorim e diversas obras ao nível do saneamento básico e rede viária. No contexto actual, assegura estar “determinado a retomar o programa de desenvolvimento harmonioso” que então implementou em todas as freguesias do concelho, dando particular ênfase à sua freguesia, Canas de Senhorim, que lembra “esteve votada ao mais completo abandono nos últimos 20 anos, e deseja voltar a ter um presidente que aí resida e que conheça os seus anseios, para que assim sejam retomadas as grandes obras”. Nos últimos meses, o seu nome foi equacionado como uma hipótese para encabeçar a lista do P.S. às autárquicas de 2009, caso a ala do ex presidente da Câmara, José Correia, tivesse saído vencedora nas eleições para a comissão política concelhia do partido. Terão existido mesmo conversações nesse sentido, entre ambos, e segundo uma fonte ligada ao PS, o próprio José Correia terá avançado, a alguns militantes, com o nome de José Vaz, embora não fosse líquido que tal viesse a acontecer, dado que o próprio também não enjeitaria uma recandidatura. Gorada a hipótese de José Vaz se candidatar pelo PS afecto a José Correia, circulava já no meio político local que estaria a preparar uma lista de independentes. Auscultámos a posição da actual comissão política do PS sobre este assunto, no sentido de avaliarmos se poderia haver alguma inversão na estratégia que ao que tudo aponta irá conduzir à indicação de Adelino Amaral como candidato do partido. Sem nos adiantar qual será em definitivo o candidato, A. Amaral reiterou contudo que “o nosso candidato será, em princípio, encontrado no seio da actual comissão política concelhia e será apresentado na data que julgarmos mais oportuna”, manifestando assim que o trabalho desenvolvido nestes últimos dois anos, por todo o seu “núcleo duro” de apoiantes, irá naturalmente confluir na indicação de um candidato encontrado no seu seio. Parece assim incontornável este rumo estratégico do partido, ainda para mais quando o próprio A. Amaral nos confessa que “teria muitas dificuldades, mesmo que o desejasse, em fazer aprovar o nome de um independente”. Parecendo assim afastada a hipótese de uma candidatura pelo PS, restam os pequenos partidos ou uma candidatura independente, neste caso sendo necessários cerca de 600 proponentes. Aguardaremos assim pelo desfecho deste enigma, que promete ser mais um “condimento” para a agitada e muitas vezes imprevisível vida política concelhia dos últimos anos.
Poderão vir a ser alterados os nós de acesso a Canas e Nelas e troço poderá não ter portagem
LANÇADO O CONCURSO DO IC12
Foi com toda a pompa que o primeiro ministro, José Sócrates, anunciou em Viseu o lançamento do concurso para a construção do novo IP3 e do troço do IC12, entre Canas de Senhorim e Mangualde, no périplo que fez por alguns concelhos do distrito (Viseu, Mortágua, Vila Nova de Paiva e Oliveira de Frades), entre 29 e 30 de Março. Foi entretanto num encontro com os jornalistas, que decorreu no dia 31 de Março, no Hotel Palácio dos Melos em Viseu, que os deputados do PS, Miguel Ginestal e José Junqueiro, fizeram um balanço da visita dos membros do governo ao distrito. O também presidente da federação distrital do partido, José Junqueiro, fez então a síntese de um programa que, embora curto, foi intenso no contacto com a economia real. Deixando transparecer um grande optimismo em relação ao futuro do distrito, e fazendo um balanço muito positiva desta jornada, começou por agradecer ao primeiro ministro e a todos os membros do governo a deslocação em “peso” a Viseu. Dos anúncios efectuados, Junqueiro destacou as redes viárias – IP3 e IC12, cuja construção terá um custo de 740 milhões de euros, servindo 17 concelhos e 1 milhão e 600 mil pessoas, e será feita através de uma única concessão de 184 km. Estas estruturantes obras, que se iniciarão em 2009 e estarão concluídas em 2011, representam para o governo “um investimento na vida das pessoas”, numa alusão à elevada sinistralidade que se tem vindo a registar no IP3, salientando que já morreram nesta estrada 99 pessoas. “Por exemplo no que diz respeito à A25, depois da sua construção, passámos de 20 mortos anuais, no antigo IP5, para 3”, o que demonstra bem, segundo o deputado socialista, a eficácia em termos de redução do número de vítimas mortais, resultante das novas vias de comunicação que vão sendo construídas. Por outro lado, também a distância física entre as duas capitais de distrito, será encurtada em cerca de 42%, o que irá transformar Viseu numa “região de excelência”. “Tudo isto só foi possível, devido ao grande rigor orçamental que este governo implementou, conseguindo reduzir o deficit e estando agora em condições de lançar um vasto programa de investimento”, referiu ainda Junqueiro, que destacou também a visita a uma das maiores e mais dinâmicas empresas do distrito – Martifer, que pese embora esteja presente em todo o mundo “manteve a sua sede em Oliveira de Frades”. Outros dos grandes investimentos no distrito, será o alargamento da rede social, para o qual o governo reservou uma dotação de 27 milhões de euros, numa clara aposta também nas políticas sociais, numa dimensão que “nunca tinha acontecido em Viseu”. Os 24 membros do governo, reuniram com 24 autarcas do distrito, que “deram um voto de confiança ao governo, mesmo sendo a sua esmagadora maioria do PSD”, salientou ainda J. Junqueiro, que em suma considerou que “foi dada uma imagem muito positiva da região”.
Abriu-se uma janela para a revisão dos nós de acesso a Nelas e Canas de Senhorim
Abordada também neste encontro foi a questão do traçado e localização dos nós do IC12, que mereceu uma ampla discussão no concelho. José Junqueiro, questionado pelo nosso jornal sobre este assunto, abriu a possibilidade de ainda haver uma revisão em situações pontuais, sublinhando que “na fase de adjudicação da obra podem ainda ser feitos acertos nos traçados e nos nós, nomeadamente em relação à situação de Canas de Senhorim”. Para Adelino Amaral, dirigente local do partido, também presente no encontro, esta é “uma boa notícia e estaremos empenhados, até ao último momento, em conseguir alterar os nós de acesso a Canas e Nelas, para assim melhor servirem as populações”, uma situação que, no seu ponto de vista, deve ser vista de forma articulada com o traçado do IC37, ou seja, “são duas peças do mesmo xadrez”.
Troço do IC12 entre Mortágua e Mangualde poderá não ser pago
Entretanto o Ministro das Obras Públicas, deslocou-se no passado dia 3 de Abril ao distrito de Aveiro e abriu a possibilidade do troço do IC12 que atravessa o concelho de Nelas, poder ser isento de portagens. "Todas as novas auto-estradas que vão agora avançar no âmbito da concessão do Centro serão portajadas." Foi esta a garantia deixada por Mário Lino, que apenas admite a isenção de pagamento "num troço do IC12, entre Mortágua e Mangualde, que aproveita uma estrada já existente".
CONFERÊNCIAS SOBRE O AMBIENTE FORAM UM DOS PONTOS ALTOS DA SEMANA DA PRIMAVERA

Promovidas pela Câmara Municipal de Nelas e integradas na Semana da Primavera, decorreram nos dias 2 e 3 de Abril, no salão multiusos, 2 seminários dedicados ao ambiente (sob o nome “Nelas Ecológica”) e prevenção de fogos florestais. As sessões, especialmente dirigidas aos alunos das várias escolas do concelho, serviram para alertar as consciências, chamando a atenção para o dever cívico de proteger o ambiente, cada vez mais ameaçado, devido às agressões de que é alvo, de forma permanente. O concelho de Nelas não tem estado imune a estas atrocidades e este foi o mote para a intervenção do Cabo Jerónimo, do SEPNA (serviço de protecção da natureza e do ambiente) de Mangualde, que supervisiona o concelho de Nelas. Esta brigada especial da GNR, constituída por 4 elementos, tem como missão vigiar o ambiente, para prevenir eventuais situações de poluição, sendo assim uma “polícia do ambiente”. Apesar das elevadas coimas, por exemplo para particulares podem chegar a 3 740 euros, as situações continuam a ocorrer em grande número, faltando em Portugal uma consciência ambiental e ecológica. Um dos exemplos que o cabo da GNR citou foi a deposição de baterias usadas na floresta, que demoram 50 anos a degradarem-se, constituindo um poderoso foco de contaminação do meio ambiente. Luís Abrantes, da associação de municípios do planalto beirão, foi outro dos oradores presentes e aproveitou para fazer “pedagogia” perante uma plateia maioritariamente constituída por estudantes. O ênfase principal da sua intervenção, foi dirigido à necessidade de se proceder à separação do lixo, para permitir a sua reciclagem, ou seja a sua entrega selectiva nos eco-centros e eco-pontos, existentes nos diversos concelhos. Só isto tem permitido à associação, que é responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos de 19 concelhos, recolher por ano cerca de cento e quarenta mil toneladas de lixo. Um dos projecto que está em curso, é a central de valorização orgânica, que irá permitir a produção de energia para a rede da EDP, prevendo-se que esteja a funcionar em 2009. Outros dos projectos recentes, foi a colocação de oleões (de que aqui já demos conta), que permitem que os óleos alimentares usados ali depositados, sejam aproveitados para a produção de biodiesel.
ADEGA DE NELAS E QUINTA DA LAGOA PROMOVERAM ACÇÃO DE “CHARME” EM LISBOA
Foi no restaurante “O Madeirense”, no passado dia 18 de Março, que a perfeita simbiose entre desporto, artes plásticas, queijo e vinhos, proporcionou um notável evento de promoção do vinho do Dão da adega de Nelas e do queijo serra da estrela da Quinta da Lagoa, de Vale de Madeiros. Com o apelativo nome de “Saberes e Sabores no Desporto”, o objectivo do encontro foi “juntar figuras do deporto e de outras áreas, numa tertúlia diferente”, como referiu Filipe Moreira, treinador de futebol e responsável pela organização. Os produtos em prova, foram dois dos mais prestigiados da região – o novo vinho Nelus Touriga Nacional/Alfrocheiro 2006, da Cooperativa Agrícola de Nelas e o Queijo Serra da Estrela da Quinta da Lagoa, cuja degustação foi por todos apreciada, o que seguramente vai constituir um veículo por excelência para a sua divulgação. O chamativo lilás do rótulo do Nelus 2006, não passou despercebido às senhoras presentes, dado que algumas delas usavam esta cor. De entre as cerca de 100 pessoas presentes, destacaram-se personalidades como Cinha Jardim, Oceano, Carlos Barroca, Jorge Batista, Carlos Lopes, Serenela Andrade e Telma Monteiro. Alguns músicos e os artistas plásticos Nelson Augusto e Aires dos Santos, contribuíram mais uma vez com a sua arte, dando assim um brilho adicional à festa. A presença do nutricionista Alexandre Fernandes, trouxe também uma perspectiva didáctica, ficando a saber-se que “em média um homem pode beber dois copos e meio de vinho e uma mulher um copo e meio, sem que haja daí quaisquer implicações negativas”, sendo que “deve ser sempre bebido à refeição, e em quantidade moderada estão provados os benefícios para a saúde, nomeadamente para o coração”, conclui este especialista. Por outro lado, o queijo traz benefícios aos desportistas, devido à elevada quantidade de cálcio que tem. José Lemos, gestor da Cooperativa de Nelas e Jorge Figueiredo, proprietário da Quinta da Lagoa, estavam visivelmente satisfeitos com os resultados, tendo José Lemos referido ao nosso jornal que dirigiu um convite aos presentes para visitarem a Feira do Vinho, num ano em que serão comemorados os 100 anos da região demarcada do Dão.

ADEGAS COOPERATIVAS VÃO CONCENTRAR AS SUAS ÁREAS COMERCIAIS
Por recomendação do ministério da agricultura, irá assistir-se um pouco por todo o país a uma concentração das áreas comerciais e de marketing das adegas cooperativas, numa só entidade. Esta indicação é aliás condizente com a orientação estratégica do próprio QREN, que privilegia a cooperação e o aumento da dimensão das empresas, para assim poderem vencer nos exigentes e altamente competitivos mercados externos. A adega cooperativa de Nelas, não foge à regra, e irá solicitar aos seus associados, na próxima Assembleia Geral, a realizar a 13 de Abril, um mandato para negociar a transferência da sua área comercial e de marketing, para uma entidade única, abrangendo preços, marcas, vendas, promoção, entre outras variáveis. Além da Cooperativa de Nelas, estarão neste processo mais 8 cooperativas – Silgueiros, Mangualde, Oliveira do Hospital, Ervedal da Beira, São Paio, V. N. de Tázem, Santa Comba Dão e Penalva do Castelo.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Membros eleitos para a C. Política Concelhia do PS

LISTA A
Adelino Amaral
Carlos Rodrigues
Teresa Silva
Aires dos Santos
Armando Carvalho
Rita Neves
João Neves
Sérgio Espírito Santo
Carla Francisco
António Figueiredo
LISTA B
Francisco Cardoso
Margarida Campos
João Alfredo Ferreira
Natália Coelho
Horácio Vaz


Resultados eleitorais

LISTA A
(Adelino Amaral)= 51 votos (64%)

LISTA B
(Francisco Cardoso) = 27 votos (33%)

BRANCOS = 2 votos (3%)

UNIVERSO ELEITORAL (militantes em condições de votar) = 88

ABSTENÇÃO = 8, ou seja, apenas 10%.

Adelino Amaral cada vez mais certo como candidato do PS à Câmara

Depois de ter alcançado uma larga maioria nas eleições internas do partido

A luta interna na concelhia de Nelas do PS terminou sexta-feira à noite com a vitória expressiva da lista encabeçada por Adelino Amaral. Embora durante a campanha tudo apontasse para umas eleições disputadas “taco a taco”, a lista adversária, liderada por Francisco Cardoso, da qual fazia parte o ex presidente da Câmara de Nelas, José Correia, saiu claramente derrotada, conseguindo eleger apenas 5 dos 15 elementos que compõem a comissão política.
Contra algumas expectativas, Adelino Amaral acabou assim por ser reconduzido por mais dois anos como líder local partido, tendo agora pela frente a árdua tarefa de escolher dos candidatos às eleições autárquicas de 2009. O próprio não descarta já a hipótese de encabeçar a lista à Câmara Municipal de Nelas.

Até às 10 da noite da passada sexta feira, os prognósticos eram reservados na sede do PS de Nelas. Faziam-se apostas de café, mas ninguém arriscava um resultado seguro para qualquer uma das listas que disputava a Comissão Política Concelhia. Adelino Amaral que, nas últimas semanas se tinha desdobrado em contacto com os militantes, organizando jantares um pouco por todo o concelho, tinha no entanto consolidado alguns apoios importantes durante a campanha, e acabou por ser reconduzido na presidência da estrutura local do partido, vencendo categoricamente a lista adversária. A Lista B foi encabeçado por um socialista “histórico”, que se fez acompanhar também de alguns “pesos pesados” do PS de Nelas, como José Correia, ex presidente da Câmara de Nelas, Natália Coelho, actual vereadora na autarquia, ou Margarida Campos, deputada municipal e uma das vozes mais activas da bancada do PS, entre outros destacados militantes. Os resultados da última sexta-feira foram contudo expressivos, dando novamente a vitória a Adelino Amaral que, em 2006 após o desaire eleitoral autárquico, foi “ empurrado” pelo antigo presidente da concelhia, José Correia, para a liderança do partido. Dois anos volvidos de trabalho intenso junto dos militantes – quando pegou no partido tinha apenas dois militantes com as quotas em dia, nestas eleições votaram 80 – o líder da oposição foi sentindo, da parte de alguns militantes que andavam arredados destas lides, a necessidade de fazer a tão «apregoada» renovação, rompendo com algumas figuras do passado. Os apoios conseguidos entretanto, em freguesias tradicionalmente hostilizadas pelo “velho” PS, deram-lhe confiança para avançar com uma nova candidatura à liderança do PS, e tê-lo-ão levado a pensar em voos mais altos, como a candidatura à Câmara Municipal em 2009. É esta espécie de ponto de “não retorno” em que o PS liderado por Adelino Amaral se encontra, que não terá agradado à facção mais próxima do antigo presidente da autarquia de Nelas e líder histórico do PS, que ao integrar a candidatura de Francisco Cardoso à concelhia, tentou ainda medir o pulso ao partido. Mas os resultados foram esmagadores para esta ala do PS que alimentava claramente aspirações de regressar ao poder, novamente com José Correia.
Visivelmente satisfeito com a mobilização nunca antes vista no PS em Nelas, Adelino Amaral sublinha acima de tudo a vitória de um “projecto de renovação” e de “reforço” do partido, resultado de um trabalho “árduo e persistente” da anterior comissão política. Com um mandato orientado, daqui para a frente, para a disputa das próximas eleições autárquicas, o reeleito presidente da concelhia considera importante ter a partir de agora um partido “forte”, “unido” e “o mais abrangente possível”, esperando que a luta interna que se viveu nas últimas semanas, tenha servido para “reforçar” e não para dividir os socialistas de Nelas. “Estas eleições foram disputadas com espirito democrático, sem nenhum revanchismo, penso que as pessoas aceitando os resultados da consulta aos militantes, vão estar disponíveis e trabalhar com quem passou a liderar agora o partido. Essa unidade, estou convencido, vai ser a pedra de toque para o trabalho do PS no futuro”, afirmou Adelino Amaral ao nosso jornal, na noite das eleições, afastando o cenário de uma eventual candidatura independente no seio da facção derrotada.
“Havia uma discussão em torno de duas propostas, o partido sufragou-as, os militantes indicaram qual é o caminho que o partido deve seguir e com certeza que do diálogo com os militantes, com os simpatizantes e com a comunidade em geral, vai sair uma alternativa em termos de candidatura para a Câmara”, defendeu, não descartando a possibilidade de ser ele próprio a encabeçar a lista do PS. “É uma hipótese admissível, vamos agora discutir isso, ver as pessoas que estão em melhores condições para poder integrar as listas e ser candidatos nas várias freguesias e para a Câmara”, referiu, quando confrontado com a questão.

Francisco Cardoso ao lado de Adelino Amaral,
no pós eleições

Depois da derrota categórica, Francisco Cardoso, não tem dúvidas que o PS vai voltar a unir-se, e aproveita para deixar um recado para fora do partido. O militante, um dos mais antigos de Nelas, avisa os adversários para “não tirarem ilações precipitadas, que o PS saiu daqui mais reforçado, porque saiu com uma liderança e com indivíduos dispostos a ajudar essa liderança”.
Quanto a candidatos, o histórico socialista não arrisca nomes, dizendo apenas que “há um leque de pessoas muito grande” e como tal, o partido não vai “ter dificuldade em encontrar um cabeça de lista capaz de derrotar esta infelicidade que está acontecer no concelho de Nelas”, afirmou. Resta saber se este é o sentimento dos restantes elementos da sua lista, que nos últimos meses têm dado vários sinais de descontentamento da liderança de Adelino Amaral, quer no partido, quer na vereação, como líder da oposição à coligação no poder.
Depois da vitória esmagadora da última sexta feira, fontes próximas de Adelino Amaral, asseguram que este é cada vez mais certo como candidato à Câmara Municipal de Nelas nas próximas eleições autárquicas.

Câmara alinda praça do município

Depois de algumas obras de restauro no edifício dos Paços do Concelho, a Câmara Municipal de Nelas encontra-se a “lavar a cara” a uma das principais salas de visita da vila. A Praça do Município está a ser alvo de trabalhos de requalificação que têm como objectivo torná-la mais “urbana” e atractiva. A beneficiação do Largo inclui a realização de canteiros em granito, a colocação de iluminação indirecta junto das árvores, a substituição dos bancos e ainda a limpeza de todo o empedrado e do lago que se encontra a meio da praça.
Também a zona onde se encontra o espaço internet deverá ser melhorada, podendo ser rebaixada e posteriormente ajardinada. “Já que começámos por pintar o edifício camarário, é uma forma de alindar esta praça que se encontrava há vários anos com um aspecto abandonado”, diz o vereador das obras da Câmara de Nelas, Manuel Marques.
Refira-se que a Câmara Municipal concluiu ainda recentemente um acesso ao edifício para cidadãos com mobilidade reduzida, ficando só a faltar a instalação de um elevador para que estas pessoas possam definitivamente ter acesso a todas as repartições e gabinetes da autarquia, o que está previsto para breve.
Quanto à intervenção no Largo do Município, este é um embelezamento que se impunha, no entender da autarquia nelense que, pretende, desta forma, dar outra dignidade a um local que ao longo do ano é palco de vários eventos, como a feira do vinho e o carnaval, que têm projecção nacional.

Recuperação ambiental da Barragem Velha (Urgeiriça) estará concluída este mês

O anúncio foi hoje feito no passado dia 7 de Março, por Duarte Barros, coordenador da obra da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), entidade responsável pela reabilitação de zonas mineiras degradadas e abandonadas de todo o país, incluindo as 61 de urânio existentes na Região Centro.

Com um custo na ordem dos seis milhões de euros, as obras ficarão concluídas cerca de dois anos depois de se terem iniciado, colocando um fim a emissões de radioactividade que chegavam a atingir “15 mil choques”, uma quantidade muito superior à permitida por lei.
“Conseguimos amplamente atingir os objectivos, até suplantámos as expectativas mais optimistas que havia”, que eram de “1.000/1.500 choques”, afirmou Duarte Barros durante uma reunião técnica, acrescentando que, actualmente, a radioactividade da Barragem Velha tem até “valores abaixo das zonas envolventes”.
Segundo o responsável, além dos rejeitados que já aí se encontravam, foram ainda transportados para a Barragem Velha mais 140 mil metros cúbicos que estavam na escombreira (local de acumulação de resíduos) de Santa Bárbara e na zona dos minérios pobres, ambas situadas na envolvente das instalações da sede da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU), na Urgeiriça.
Apesar de esses resíduos “não terem valores tão problemáticos”, foi decidido transportá-los para a Barragem Velha, ficando também assim selados.
A recuperação consistiu em colocar em cima dos resíduos radioactivos 60 centímetros de argila, o que levou logo a que “os valores radiométricos baixassem de sobremaneira”, mais dois milímetros de tela, seguida de duas camadas de inertes (areia e brita) e mais 50 centímetros de terra vegetal. Foi também criado um complexo sistema de drenagem.
Duarte Barros explicou que dois incidentes ocorridos em 2006, ventos fortes no Verão e chuvas no Inverno – que levantaram poeiras e arrastaram lamas, respectivamente – levaram à alteração do tipo de tela, até porque “nunca houve um espírito economicista” nesta obra.
Pelo mesmo motivo, foi decidido instalar seis estações de captação de radão (gás resultante do urânio) que não estavam previstas, para analisar o seu comportamento desde a camada contaminada até à final.
A Barragem Velha era considerada o principal foco de contaminação da Urgeiriça, tendo, por isso, esta sido a intervenção prioritária.

EMPRESA TRANSPORTADORA NELENSE CONSEGUIU SOBREVIVER E ATÉ CRESCER APÓS O ENCERRAMENTO DA JOHNSON

É mais uma história de sucesso, contada na primeira pessoa, na sequência do encerramento do gigante Johnson Controls em Nelas. Sedeada na zona industrial (mesmo ao lado das instalações da antiga fábrica norte americana), a TRAF conseguiu dar a volta por cima, quando se deparou com a “fuga” do seu principal cliente, que representava nada mais, nada menos do que quinhentos mil euros no seu volume de negócios (cerca de 40% do total).

João Rego, detentor da totalidade do capital da empresa, é o empresário protagonista de um grande desafio, corria o ano de 2007. Natural de Santar, fundou há 5 anos, com outro sócio (Francisco Ferreira), a TRAF. Iniciaram a sua actividade com apenas 3 colaboradores e começaram por se dedicar exclusivamente ao transporte nacional, em carrinhas. Foi desde cedo que ambos detectaram no entanto inúmeras oportunidades para um crescimento sustentado da empresa, a maior das quais a prestação de serviços para a Johnson Controls. Surgiu assim a grande aposta no transporte internacional, readaptando-se toda a sua estrutura para esta vertente, nomeadamente a sua frota. Em 2007 dão-se dois rudes golpes na estrutura da empresa. Foi um autêntico “annus horribilis” que fez abanar os seus alicerces. Por um lado dá-se o falecimento do sócio fundador Francisco Ferreira, por outro com o encerramento da Johnson escapava-se uma grande fatia dos seus proveitos. João Rego adquire então a quota do seu ex sócio à sua família, e entra numa luta titânica para conseguir a sobrevivência da empresa, naquele que considera ter sido “o ano mais difícil da minha vida”.

Transporte internacional representa 90%
do volume de negócios
da empresa

Foi a forte aposta no transporte internacional que fez com que a TRAF angariasse novos clientes e intensificasse os serviços para os que tinha na altura, que permitiram não só a sua sobrevivência, mas também o seu crescimento. Borgstena, Coldkit, Total Trim, Grupo Basmad, entre outros, foram de capital importância para a empresa, que atingiu no transporte para a Europa 90% da sua facturação. Neste ano de 2008 a TRAF prevê ter um volume de negócios na ordem de um milhão e quinhentos mil euros e vir a contratar mais alguns trabalhadores, aumentando assim os seus efectivos, que actualmente são 16. A frota actual é constituída por 18 viaturas e um dos pontos chave para o sucesso da empresa é a prontidão na resposta ao cliente. Operando para um sector particularmente exigente no cumprimento dos prazos (onde o sistema “just in time” tem mais aplicação), a TRAF tem mostrado aqui uma grande competitividade.

“O sector dos transportes está a viver a pior crise
de sempre”

Ciente de que as grandes empresas da indústria automóvel querem cada vez mais um serviço integral de logística, João Rego defende um serviço integrado, até porque “apenas o serviço de transporte é muito limitativo para a nossa actividade – os clientes querem cada vez mais um serviço global, pois querem dedicar-se exclusivamente à sua actividade principal, ou seja centrar-se no seu core business”. Sobre o momento actual do sector, este empresário é inequívoco “o sector está a viver a pior crise de sempre, principalmente devido ao facto de não podermos repercutir no nosso preço o aumento sistemático do preço dos combustíveis”, isto porque “estamos num mercado altamente competitivo, onde quem está a ganhar são apenas as empresas distribuidoras de combustíveis – nós actualmente trabalhamos somente para cobrir os custos, esperando pelo momento em que as tabelas terão que ser actualizadas”.
A eventual instalação em Nelas de uma plataforma logística é vista por João Rego, como “uma grande oportunidade de Nelas se projectar na área da logística, dado que tem uma localização geográfica privilegiada para o efeito”, basta que “os empresários do sector se unam e a autarquia acolha essa ideia, que é de primordial importância para o tecido empresarial do concelho”.

Pais querem ver melhoradas condições do Cine-Teatro

Os pais e encarregados de educação dos alunos do primeiro ciclo que têm aulas, em duas salas improvisadas no cine teatro de Nelas, acusam a Câmara Municipal de não ter cumprido com as promessas em relação à transferência dos filhos para a E.B. Fortunato de Almeida, no inicio do segundo período de aulas. Indignados com a situação, os pais pedem agora que sejam melhoradas as condições no cine teatro, já que as obras de construção das duas novas salas de aula que irão albergar aquelas crianças, só estarão concluídas dentro de quatro meses.
A Câmara Municipal garante que se há atrasos neste processo são da única e exclusiva responsabilidade da DREC, que só no final de Dezembro é que deu autorização para se avançar com o projecto. Depois disso, a autarquia refere que se limitou a cumprir os procedimentos normais de um concurso público.

Os pais querem saber qual é o ponto da situação relativamente às obras na Fortunato de Almeida, porque dizem-se, acima de tudo, preocupados com a segurança dos filhos, no cine teatro, onde se encontram provisoriamente desde o início do ano lectivo. “Aquilo é todos os dias uma batalha campal” refere Cristina Rodrigues, mãe de um aluno do 4º ano do primeiro ciclo, queixando-se da falta de condições para as crianças brincarem. “Já houve óculos partidos, dentes, pés torcidos, porque o piso é empedrado”, adianta a encarregada de educação, para quem a presença de vários alunos “problemáticos” não a deixa sossegada.
“Tinham prometido o reforço do pessoal auxiliar e isso também não se está a verificar. As crianças saem do edifício e não há qualquer controle por parte das funcionárias”, denunciam ainda as mães, Elisabete Santos e Lurdes Borges da Silva, que acusam a autarquia de “não ter feito nada do que prometeu”, sobretudo em relação aos prazos previstos para a mudança para a escola Fortunato de Almeida.
As queixas estendem-se ao interior da sala de aula, com os encarregados de educação a falarem na falta de ventilação das salas, o que leva “as crianças a sentirem-se ao final do dia maçadas, com dores de cabeça e mal dispostas” dizem, temendo que a vinda do calor ainda agrave mais esta situação. Além disso, referem, “a professora não tem sequer armários para colocar os materiais dela”. Seis meses volvidos desde o início do ano lectivo, os pais querem saber em que pé se encontra a construção das novas salas de aula, porque “até agora ninguém nos deu uma satisfação”, afirmam, responsabilizando a Câmara pelos atrasos verificados até agora. “Achamos que é uma questão da Câmara Municipal e não da DREC, porque desde Dezembro que está autorizada a fazer as obras”, consideram, lembrando que o que lhes foi prometido é que a situação era provisória, e não definitiva até ao final do ano lectivo.
O vereador da educação da Câmara Municipal de Nelas, Osvaldo Seixas, contrapõe a versão dos pais, e garante que as obras só não começaram mais cedo por “ culpa expressa” da DREC, que só em Dezembro aprovou definitivamente a construção de duas salas de aula na Fortunato de Almeida. “Como é que podíamos adjudicar um projecto sem estar aprovado?”, interroga-se, lembrando que a Câmara não podia passar por cima dos procedimentos legais a que obrigam um concurso público.
O autarca assegura no entanto que as obras já foram adjudicadas, encontrando-se já em curso. Apesar de terem um prazo de conclusão de quatro meses, podendo coincidir o seu terminus com o final do ano lectivo, o vereador da educação considera que o investimento não está perdido, até porque são mais duas novas salas de aula que ficam disponíveis na rede do primeiro ciclo, que amanhã “ poderão voltar a ser necessárias”.
Já no que se refere às condições do cine teatro, o vice presidente da Câmara continua a pensar que apesar de não serem as ideais, conseguem mesmo assim ser melhores que muitas salas de aula que existem na rede, com espaço para as crianças brincarem e desenvolverem as suas actividades lectivas. Osvaldo Seixas acrescenta de resto que a autarquia tem reunido regularmente com as instâncias competentes com o objectivo de as pôr a par do processo, nomeadamente a direcção do Agrupamento e a Associação de Pais, pelo que não vê necessidade de falar “individualmente” com cada um dos pais a dar conta da situação.

Presidente da Associação de Pais tranquiliza comunidade educativa

O presidente da Associação de Pais do Agrupamento de escolas Dr. Fortunato de Almeida, Artur Jorge, lamenta que o processo se tenha arrastado mais tempo do que estava previsto, mas reconhece que não foi possível, nem da parte da DREC, nem da Câmara Municipal, andar mais rápido. De qualquer modo, o representante dos pais garante ter feito tudo o que estava ao seu alcance para acelerar o processo, tentando responder aos pedidos dos pais, relativamente à melhoria das condições no cine-teatro.
Apesar de perceber o descontentamento dos pais, Artur Jorge aproveita para tranquilizar a comunidade educativa, afirmando que a situação vivida este ano por duas turmas do primeiro ciclo em Nelas não vai voltar a acontecer. “Vão para onde forem, enquanto houver salas de aulas, os alunos não podem passar por situações provisórias destas. É uma situação que vai ser acautelada” assegura o representante dos encarregados de educação.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

POPULAÇÃO DA FELGUEIRA PLANTOU HORTA NUM BURACO DO ASFALTO

Foi no Sábado, dia 9 de Fevereiro, que a população das Caldas da Felgueira mostrou mais uma vez o seu profundo descontentamento pela forma como a localidade tem sido discriminada pela autarquia. A situação já não é nova, arrasta-se desde os mandato do P.S. á frente dos destino da Câmara Municipal, mas não se vislumbra qualquer “luz ao fundo do túnel”.
O protesto foi no mínimo original, à boa maneira de Gil Vicente, satirizando-se a decadência a que se chegou com a plantação de uma horta num grande buraco situado mesmo em frente ao Hotel Pantanha, baptizada como “horta da câmara municipal de Nelas”. A situação do asfalto é uma das maiores reivindicações da população, dado o seu estado deplorável, que em nada dignifica um dos principais locais turísticos do concelho. Para além desta, outras intervenções ao nível das necessidades básicas tardam em se concretizar, como sejam o arranjo de passeios, bancos de jardim, limpeza da ribeira, tratamento de zonas verdes, parque infantil e o famigerado parque de estacionamento (estes dois últimos foram iniciados , depois abandonaram-se).
É grande a indignação por parte de empresários e autarcas
Armando Monteiro (autarca na Junta de Freguesia de Nelas, pela coligação PSD/PP e membro da associação de desenvolvimento da Felgueira), mostra-se desiludido pela ausência total de investimento na localidade, afirmando ao nosso jornal que “já por duas vezes fomos reunir com a Sra. Presidente da Câmara para sabermos o porquê de não se estar a cumprir uma das promessas da campanha eleitoral, que era lavar a cara à Felgueira”. “Constatamos que tudo não passa de boas intenções, como se pode verificar na questão por exemplo da ajardinagem e do parque de estacionamento, em que se começou a fazer alguma coisa e depois se abandonou. Num local que vai passar a ter gente todo o ano, com as termas abertas, o que se exige é que pelo menos se dê uma imagem diferente ao nível das infra estruturas básicas”. Afirmando que a Junta de Freguesia se tem disponibilizado para inclusive apoiar algumas das obras, este autarca mostra-se agastado com as respostas que tem recebido, nomeadamente “que essas obras que querem fazer não foi esta Câmara que as iniciou”. “Não temos de facto tido quaisquer resultados nas tentativas que temos feito e penso que tem havido má vontade para com a Felgueira”, conclui Armando Monteiro, que concorda plenamente que tenha que se avançar cada vez mais com outras formas de protesto e reinvindicação, que a seu ver poderão vir a ter alguma eficácia – “esta via será a mais correcta”, afirmou-nos referindo-se ao protesto da “horta”, dado que “se educadamente não chegamos a lado nenhum, posso garantir que vamos continuar por esta via”.
Tem que haver aqui uma revolução
António Pires, empresário de hotelaria, é das vozes mais críticas em relação ao actual executivo camarário. Apoia a sua contestação nas promessas que sucessivamente vão sendo feitas, sem que haja o mímino de cumprimento. “Confirmaram publicamente que no início de Novembro do ano passado iriam começar a fazer algumas obras, mas até agora nada foi feito. Já estamos fartos que nos atirem areia para os olhos”, afirmou o conhecido empresário cuja contribuição para o desenvolvimento inicial da Felgueira é por todos reconhecida. A.Pires vai ainda mais longe, ao defender não só a continuação desta forma de protesto, mas inclusive formas ainda mais radicais, como por exemplo “irmos com caldeiros para a porta da Câmara Municipal – é o que se está a preparar. Acho que de outra maneira não vamos conseguir nada e o que se passa aqui não é justo – estamos perto de Nelas, vêm para aqui turistas de todas as partes, não só portugueses mas também estrangeiros e isto acontece porque aqui só há meia dúzia de votos, esta é que é a realidade. Os nossos políticos só fazem obra em função dos votos – é vergonhoso. Isto não é humano”. Conclui afirmando que “tínhamos esperança que com esta Câmara as coisas mudassem, afinal continua tudo na mesma”. Sobre o impacto que a situação tem junto dos clientes das suas unidades hoteleiras, é categórico ao afirmar que “grande parte deles estão a ir para São Pedro do Sul, onde têm muito melhores condições, a começar pela animação”.

ADELINO AMARAL PASSA AO CONTRA ATAQUE

“A renovação não se faz com as mesmas pessoas e com os mesmos métodos,
isso é um logro”


A Comissão Política de Nelas do PS promoveu, no último sábado, um encontro que considerou de “memorável” com militantes e simpatizantes da freguesia de Senhorim.
Considerado terreno hostil para os socialistas, pelo menos durante os mandatos de José Correia, o líder do PS, Adelino Amaral conseguiu juntar à mesma mesa alguns antigos dirigentes do partido na freguesia, que elogiaram a iniciativa da direcção local do PS, prometendo apoia-la em todos os actos eleitorais que se avizinham.
O primeiro de todos é já as eleições internas no PS de Nelas, em Março.

Antigos dirigentes e autarcas do PS da freguesia de Senhorim estiveram sábado passado num jantar promovido pela actual comissão política concelhia, na sede da associação de Vila Ruiva, manifestando o seu apoio a Adelino Amaral, na “luta” pela liderança do partido, que se discutirá nas eleições internas agendadas para Março. Pese embora estes encontros com os militantes tenham já assumido um carácter regular, à medida que se aproximam as eleições para a comissão política concelhia, estes últimos têm sido mais concorridos. Como é sabido Adelino Amaral não deverá estar sozinho na corrida, tendo como principal adversário, o antigo presidente da Câmara, José Correia, que embora não encabece nenhuma lista, poderá constituir o principal apoio a uma candidatura alternativa.
Em terreno considerado “ inimigo” para o PS, Adelino Amaral conseguiu ainda assim reunir alguns apoios, de velhos militantes e dirigentes socialistas da freguesia de Senhorim que se congratularam com este regresso do “partido” a uma terra que tem a sua “ história política”. “ Há 20 anos que ando na política e não me lembro de um jantar nesta freguesia”, recordou o antigo presidente da Junta, prometendo estar “ presente” em todos “ os actos que contribuam para uma vitória do PS no concelho”. Emocionado com este reencontro do partido com as suas bases, outro militante “histórico” da freguesia, António Lopes, dizia que jantar “até parece mentira”, esperando que a partir de agora seja “ dado um novo impulso ao PS”, pois como referiu “ não podemos estar reféns de ninguém”. “Nunca pensei que isto fosse possível em Senhorim, espero que este movimento não pare”, acrescentava ainda outro velho militante, José Lopes.
Para Adelino Amaral esta se não foi uma “noite memorável”, foi pelo menos uma “noite importante para o PS”, que pela primeira vez conseguiu reunir “ um conjunto de pessoas em torno de um projecto político em Senhorim”.
Fazendo um balanço da actividade do partido desde 2005, altura em que tomou conta dos seus destinos, Adelino Amaral lembrou que veio encontrar um PS completamente “desagregado”, com um número reduzido de militantes, em que apenas dois tinham as quotas em dia. “Assumimos como primeira prioridade o reforço e o renascimento do PS e esse objectivo tem sido conseguido. Hoje temos cerca de 100 militantes e cerca de metade com as quotas pagas”, afirmou, lembrando as várias iniciativas promovidas por esta comissão política, com o objectivo de reactivar o partido nas freguesias, e de promover o debate junto da população.


Adelino Amaral quer mais dois anos para preparar autárquicas

E se estes dois anos serviram basicamente para “ arrumar a casa”, o líder local do PS garante que são precisos mais dois para consolidar o trabalho feito e preparar as candidaturas às próximas eleições autárquicas. “ Quando nos candidatamos à comissão política, candidatamo-nos para quatro anos” lembrou, pensando, contrariamente ao que “alguém disse” que a renovação do partido se faz com “pessoas novas e com novas ideias” e não “com os mesmos métodos e com as mesmas pessoas”. Uma indirecta para José Correia, que no último jantar em Carvalhal Redondo, terá afirmado que a renovação não é feita obrigatoriamente com caras novas.
Apostado na sua reeleição no próximo mês de Março, Adelino Amaral congratulou-se com o regresso de alguns antigos militantes que depois de um período de “costas voltadas” para o partido, regressam agora pela sua mão. “ É importante que o PS seja um partido forte e mobilizado em todas as freguesias”, exortou, prometendo trabalhar no sentido de encontrar os melhores cabeça de lista em cada freguesia e ainda para a Câmara Municipal. “ Esta se calhar não é a vaga de fundo, mas é pelo menos a semente para atingirmos esse objectivo”, considerou, usando uma vez mais uma expressão de José Correia no último jantar do PS.
Noutro patamar , e enquanto líder da oposição no executivo camarário de Nelas, Adelino Amaral deu ainda conta de algumas posições assumidas pelos vereadores do PS relacionadas com a freguesia de Senhorim, nomeadamente as dúvidas levantadas com a compra de uma casa em Vila Ruiva para a construção de um Centro de Dia, que na sua opinião não reúne as condições para a edificação de um equipamento desta natureza. O vereador informou assim os presentes do processo de constituição de uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social – em Senhorim, com o objectivo de prestar apoio aos idosos da freguesia, primeiro através da valência de apoio domiciliário e mais tarde com a construção de um lar no lugar de Igreja.


Francisco Cardoso assume-se como alternativa

O próximo encontro com os militantes e apoiantes da sua lista está já marcado para o dia 1 de Março em Canas de Senhorim, que no espaço de pouco tempo recebe o segundo jantar organizado pelo partido. Uma freguesia em que Adelino Amaral tem estado apostado nesta campanha interna, contando aí com alguns apoios importantes. Este sábado, em Senhorim, marcaram aliás presença alguns canenses, bem como figuras conhecidas de Nelas, como é o caso de Rui Neves, que depois de ter andado desaparecido destas lides, assume o apoio a esta comissão política, uma vez que também se encontra incompatibilizado com o antigo presidente da Câmara.
Não é inocente a aposta em Canas de Senhorim, pois é ali que José Correia tem provavelmente os seus mais fervorosos inimigos políticos, apesar do candidato apoiado por si ser, curiosamente, da freguesia. Contactado pelo nosso jornal, Francisco Cardoso, confirma a candidatura à comissão política, decisão que, de resto, considera ser legitima, tendo até em conta a sua “antiguidade” no partido. Cardoso garante que a sua lista não pretende afrontar ninguém, mas tão só “diferenciar-se” daquilo que tem sido o trabalho da actual direcção do PS local, a quem não deixa de reconhecer trabalho e muito empenho. Contando também com alguns apoios de peso – a actual vereadora Natália Coelho será um deles, Francisco Cardoso diz estar nesta corrida para vencer e para “preparar um projecto credível para o concelho de Nelas” . Parco em comentários sobre o envolvimento de José Correia neste processo, o candidato diz apenas que o antigo presidente da Câmara lhe terá manifestado que “ está muito bem como está” . Por enquanto, pelo menos, nos bastidores de uma luta interna que promete arrastar-se para lá das eleições na concelhia.

BORGES DA SILVA ABERTO A CANDIDATURA PELO PS

Borges da Silva pisca o olho ao PS mas pode avançar como independente


O ex vice presidente da Câmara de Nelas e actual vereador em funções, Borges da Silva não descarta a hipótese de vir a encabeçar uma lista independente ou até integrar uma candidatura pelo partido socialista, que já há algum tempo a esta parte lhe vem “apalpando o pulso” nesse sentido.
Com um processo de expulsão do PSD actualmente “às costas”, o ex número dois de Isaura Pedro na autarquia de Nelas, garante estar apenas a aguardar pelo resultados das eleições internas no PS para tomar uma decisão quanto ao seu futuro político.


As eleições para a comissão política concelhia do PS, previstas para o próximo dia 14 de Março, antes de acontecerem já marcam a agenda política em Nelas. E há quem, como Borges da Silva, faça “ depender” o seu futuro político dos resultados do sufrágio interno do partido que, durante quase duas décadas deteve a hegemonia no concelho.
Em rota de colisão com a Coligação PSD/ CDS que integrou em 2005, ganhando as eleições ao então “homem forte do PS” - José Correia, Borges da Silva nunca escondeu as suas aspirações políticas, começando agora a redefinir estratégias com vista às autárquicas de 2009, após um período de duro confronto com os seus ex companheiros de equipa. O processo de expulsão instaurado pela Distrital do PSD, entretanto já reclamado por alguns “ históricos” que pedem a sua readmissão, deverá no entanto mantê-lo afastado do partido, que actualmente é controlado por novos militantes que entraram depois da sua demissão da comissão política. E se é já um dado adquirido que Isaura Pedro se mantém como cabeça de lista às próximas eleições, numa coligação com o CDS/PP, é também certo que Borges da Silva dificilmente teria espaço numa
candidatura liderada pela chefe do executivo, depois de tudo o que se tem passado nos últimos dois anos. Ora, sem a «passadeira» do PSD, o vereador da coligação, que tem funcionado como uma terceira “força” no executivo camarário, posicionando-se mais vezes ao lado dos vereadores da oposição do que do seu próprio partido, promete clarificar em breve o seu futuro político. E em breve significa apenas esperar pelos resultados no PS, que como é sabido, entrou num processo de luta pela liderança, com a direcção de Adelino Amaral a ser confrontada com alguns adversários de peso, ligados ao antigo líder socialista, José Correia, que parece agora querer regressar à primeira linha do combate político. Pese embora todo o trabalho considerado “ meritório” de renovação do partido, Adelino Amaral não deverá evitar a “ fuga” de alguns militantes para uma lista alternativa à sua e previsivelmente liderada por um dos homens da confiança de José Correia - Francisco Cardoso, que entretanto já confirmou ao nosso jornal a candidatura à liderança do PS em Nelas.

PS já terá manifestado interesse em Borges da Silva

Adivinha-se portanto um “ super Março” no concelho, capaz de redesenhar o mapa de candidaturas às autárquicas do próximo ano. Borges da Silva não exclui no entanto nenhum cenário. De uma candidatura independente, a poder integrar um lista do partido socialista, o ex número dois da coligação dá a entender que tudo pode acontecer , até porque são conhecidos os contactos que vem mantendo com o principal partido da oposição em Nelas e a sua proximidade nos últimos tempos ao PS, via Câmara Municipal. “A nível local não pode haver dogmatismos, nem ortodoxias, não se podem fechar as portas” afirmou ao nosso jornal, não escondendo a desilusão com a equipa que está a conduzir os destinos do concelho. Borges da Silva confirma de resto que já terá sido abordado, quer pela facção do partido socialista próxima de Adelino Amaral, quer por gente ligada a José Correia, apesar de ser conhecido o “ódio de estimação” existente entre ambos num passado recente, nomeadamente no tempo em que o vereador dirigiu o jornal Correio de Nelas. Ficou célebre o caso Topack, levantado pelo jornal, e as graves acusações contra José Correia, de favorecimento em negócio.
Mudam-se os tempos, mudam-se neste caso as vontades, e aquilo que seria impensável até há bem pouco tempo atrás, pode estar na calha para um futuro próximo, com Borges da Silva a correr ao lado de José Correia, numa lista liderada por este. Há quem diga que ambos querem a desforra de 2005, o primeiro porque foi afastado da vice presidência da Câmara e o segundo porque nunca digeriu a derrota, ou melhor, a vitória de uma antiga companheira de equipa, Isaura Pedro, e ainda de um dos seus mais próximos colaboradores, em tempos, Manuel Marques.
Apesar da “ fragilidade” de ter perdido estas eleições, o nome do antigo presidente da Câmara nunca deixou de ser ventilado para a câmara, em 2009, estando mesmo a ser “empurrado” para a luta autárquica por alguns militantes que não se conformam, por um lado com a governação PSD/CDS, e por outro com o estilo mais “low profile” e menos populista do actual líder do PS, Adelino Amaral. Para muitos dos observadores da cena política local este tem a “fragilidade” de ser pouco conhecido nalguns locais, apesar de ter vindo a conquistar terreno e apoios nos últimos tempos, podendo vir a “requisitar” Borges da Silva precisamente com o objectivo de conseguir uma maior mobilização em certas freguesias.

Luís Pinheiro poderá também ser candidato

O autarca e jurista não rejeita nenhuma das hipóteses, até porque como faz questão de lembrar “ o último candidato do PS esteve 16 anos na Câmara e também tinha sido corrido do PSD num processo de luta interno ”. Outro cenário que Borges da Silva não afasta é ainda uma candidatura independente, com alguns dos nomes estiveram consigo na comissão política e outros destacados militantes. “ Se não houver espaço para ganhar há pelo menos espaço para marcar uma posição para o futuro”, acredita, podendo ter como aliado um peso pesado do PSD local – Luis Pinheiro- que também se fala para número dois da lista de Isaura Pedro à Câmara Municipal. Pinheiro tem no entanto o problema do movimento em Canas de Senhorim, enquanto a actual presidente da Câmara teria outro: apesar de ter conseguido erguer pontes com Canas, a edil poderia ter algumas dificuldades em explicar ao eleitorado de Nelas e de outras freguesias a presença na sua equipa de uma das pessoas que mais lutou pela divisão do concelho. E assim sendo, a aposta terá de passar por outras figuras mais consensuais dentro PSD ou próximos desta área política.
Dentro do PS, há quem entretanto não veja com tanta certeza a expulsão definitiva de Borges da Silva do PSD, e assim sendo, o xadrez político eleitoral poderá contar com “um sério adversário em 2009”, dizem.

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE NELAS FESTEJOU O SEU 58º ANIVERSÁRIO

Reunindo artistas plásticos da região, a Cooperativa apresentou também o seu novo “néctar”

ADEGA DE NELAS COMEMOROU COM “ARTE” OS SEUS 58 ANOS

Foi no dia 18 de Fevereiro de 1950 que, graças ao grande espírito empreendedor de vários viticultores do concelho, foi fundada a Cooperativa Agrícola de Nelas. Um história com 58 anos, recheada de êxitos, que a colocam na actualidade como o 3º maior engarrafador da região do Dão. Mais uma vez a originalidade da efeméride foi a nota dominante, com a presença de vários artistas plásticos da região, uma iniciativa coordenada pelo Canense Aires dos Santos. As obras foram criadas na própria adega, com motivos alusivos ao vinho, como a pisa humana das uvas, as barricas e outros. Uma simbiose perfeita - a arte da pintura, com a arte da vinificação. Afonso Loureiro, presidente da direcção, agradeceu a todos a presença neste evento, e aproveitou para mostrar que as dificuldades que o sector passa, particularmente na área cooperativa, somente poderão ser debeladas com uma maior união entre todos. Foi neste âmbito que sustentou que “o Dão no seu conjunto já é pequeno, temos que nos unir e acabar com as guerrilhas internas”. Mostrando-se confiante que no final de Fevereiro possam haver algumas novidades a este nível, com as cooperativas a “darem as mãos”, Afonso Loureiro mostrou claramente o seu empenho em que haja uma profunda transformação do sector na região demarcada do Dão. A cooperativa Nelense aproveitou entretanto esta ocasião para apresentar o seu novo vinho, uma combinação da casta do Dão Alfrocheiro com Touriga Nacional, dentro da gama Nelus. Serão produzidas trinta e cinco mil garrafas e, segundo o enólogo Luís Miguel, trata-se de um vinho diferente, que foi fermentado durante 7 dias, com temperatura controlada, teve uma maceração também de 7 dias e um estágio em barricas de carvalho. Tivemos oportunidade de o provar e este será sem dúvida um vinho com êxito garantido no mercado. Coube ao gestor José Lemos salientar o uso de uma nova cor no rótulo (lilás), prosseguindo a empresa o uso do mesmo design usado desde há muito na gama Nelus.

EX TRABALHADORES DA E.N.U.

DIREITOS DOS EX MINEIROS DA URGEIRIÇA VÃO SER DISCUTIDOS NO PARLAMENTO NO PRÓXIMO DIA 7 DE MARÇO
Reunida em mais um plenário no passado Domingo, a comissão dos ex trabalhadores da E.N.U. (empresa nacional de urânio) discutiu o ponto de situação e acções a desencadear na defesa dos seus direitos, que tardam em se concretizar.

Em causa estão os direitos de acesso à reforma (50 anos como idade mínima), exames médicos e indemnizações por doença profissional, aos ex mineiros da Urgeiriça que aquando da sua dissolução da E.N.U. não tinham vínculo laboral com a empresa, mas que lá trabalharam efectivamente, ou seja a equiparação dos direitos em relação aos que tinham esse vínculo. Em causa estarão entre 100 a 120 ex trabalhadores. Estes direitos vêm consignados nos D.L. 195/95 e 28/2005 e derivam da exposição à radioactividade a que estes trabalhadores estiveram expostos aquando do exercício da sua actividade profissional, que resultou na diminuição das suas capacidades profissionais. António Minhoto, porta voz da comissão, perante um plateia de cerca de meia centena de ex trabalhadores, informou que finalmente está agendada para o próximo dia 7 de Março a discussão dos projectos lei de Outubro de 2007 (Bloco de Esquerda) e Dezembro de 2008 (CDU), sendo que este último foi o mais “ambicioso” dado que “abrange não só os ex trabalhadores, mas também os residentes nas proximidades das minas, que também estiveram expostos ao radão”, conforme referiu. A. Minhoto, que aproveitou ainda para dizer que também o PSD e o CDS-PP se aliaram a esta causa, garantido o seu apoio às suas reivindicações.

PS ainda não deu qualquer indicação da sua posição
Para que seja aprovada a lei que confere os referidos direitos é necessário que o PS, que detém maioria absoluta no parlamento, vote também favoravelmente. Neste contexto, foi agendada já para a próxima Quarta Feira uma reunião com a comissão política concelhia do PS que se mostrou disponível para analisar a situação. A. Minhoto fez questão de sublinhar que “tendo sido deselegante não termos obtido uma resposta ao ofício que enviamos, não podemos deixar de estar optimistas, porque para já também não há uma resposta negativa por parte do PS”, indo ainda mais longe ao afirmar que “se o PS não repor a justiça nesta situação está a colocar em risco a própria democracia”. Apelando a uma “ida em massa” a Lisboa no dia 7 de Março, o porta voz da comissão espera que o PS não fique isolado na votação e caso isto aconteça, “já está preparada a continuação da luta, na rua e nos tribunais”, sendo que “se não for agora aprovada a lei, em 2009 voltará a ser agendado o assunto na assembleia, e se o PS não conseguir a maioria absoluta, já temos a garantia dos outros partidos de que teremos a lei aprovada”.

TOTAL TRIM

EMPRESA CATALÃ VEIO PARA FICAR
Num mundo empresarial cada vez mais globalizado, onde o ritmo das mudanças e a frenética mobilidade do capital são características mais do que enraízadas na vida das empresas, a TOTAL TRIM, empresa Espanhola que se instalou na zona industrial de Nelas já vai para 2 anos, aposta nos recursos humanos como factor primordial para a sua prosperidade. Esta unidade tem como director o empreendedor Eduardo Ruiz, Espanhol de nascença, mas um profundo admirador de Portugal, particularmente da qualidade dos seus trabalhadores.
A empresa mãe foi fundada em 1999, em Terrassa (Catalunha – Espanha). A experiência dos seus fundadores já vem de longa data. Desde logo a Total Trim decidiu promover um arrojado projecto de internacionalização abrindo unidades de produção em Portugal, e uma representação em Tanger (Marrocos). A unidade da Maia foi a grande aposta neste processo e em Maio de 2006 é criada unidade de Nelas que pouco tempo depois esteve em risco de encerrar, sendo a totalidade da sua produção tranferida para a Maia. Com a chegada de Eduardo Ruiz foi precisamente o contrário que se passou.
Unidade de Nelas esteve para morrer à nascença
Assim, na fase de estudo do processo de encerramento da fábrica de Nelas surge a “bombástica” notícia do encerramento da Johnson Controls. O recém chegado director da fábrica pensa então que iriam ficar no desempregos largas centenas de trabalhadores, uma mão de obra qualificada que poderia e deveria ser aproveitada pela Total Trim. Dá-se assim um volte face na decisão, porque segundo Eduardo Ruiz, “encontrámos no pessoal saído da Johnson grandes profissionais em todas as áreas”. Um caso relativamente atípico em que o fecho de uma empresa impediu o fecho de outra. A administração da empresa, em Espanha, decide assim ao invés de encerrar a unidade de Nelas, fechar a da Maia e transferir para Nelas, todas as suas operações em Portugal.
Uma empresa de rosto humano
A aposta estratégica na qualidade dos seus recursos humanos,é assim o pilar fundamental em que assenta o posicionamento de “excelência” que a empresa tem no sector automóvel. Prova disso é a sua carteira de clientes, que inclui contrutores de renome, como Mercedes, Nissan, Peugeut, Citroen, Seat e Renault. Os principais clientes da filial de Nelas são a Simoldes, Faurecia – Palmela e Porriño ; CIE Plastics ; Copo Iberica e Visteon, entre outros . Actualmente a empresa tem 56 trabalhadores, a larga maioria oriundos da Jonhson Controls. No final de 2008 prevêm ficar com um total aproximado de 100 efectivos, como resultado do projecto de expansão, actualmente em execução, que irá abranger ainda o alargamento da sua área coberta em mais 500m2. Confeccionando em linhas contínuas todo o tipo de tecidos necessaríos para os interiores dos automóveis (daí o nome Total Trim), desde pequenos revestimentos, até capas para os bancos, a Total Trim utiliza a mais avançada tecnologia disponível, nomeadamente o corte automatizado dos tecidos (sistema CAD-CAM), em 3 linhas que estão ligadas “on line” à unidade central em Espanha. Saem da Total Trim de Nelas mais de uma milhão de peças por mês. No global a Total Trim, em Espanha, tem um volume de negócios que ronda os 25 milhões de euros. Quando por nós questionado sobre a importância do pessoal altamente qualificado na sua unidade, Eduardo Ruiz fez questão de salientar “todo o pessoal, desde a costureira ao Engenheiro é muito importante para o desempenho da empresa, estando todos assim ao mesmo nível”.
A empresa encontra-se actualmente processo de certificação (norma ISSO 9001-2000) e para a contratação das cerca de 50 pessoas não irá recorrer aos incentivos do estado, por considerar “a burocracia muito pesada, o que desmotiva para uma candidatura aos incentivos – esta é uma realidade muito negativa no nosso país”, confidencia-nos a directora de recursos humanos da empresa. O mesmo já não acontece com a autarquia local, de quem a direcção da Total Trim só tem elogios a fazer, pela celeridade com que apreciou o seu pedido de licença para a ampliação das suas instalações.
Em termos de outros projectos de expansão, a empre prevê, a curto prazo, começar também a produzir em Tanger (Marrocos).
Acerca da concorrência dos chamados países emergentes Eduardo Ruiz mostra-se bastante apreensivo com esta realidade, mas mais uma vez confia que a competência e produtividade da mão de obra em Portugal é um factor muito forte e que poderá constituir uma importante defesa face a essa concorrência. Não há dúvida que tem razões para isso.
Web : www.totaltrim.net
Zona Industrial de Nelas
3520-095 NELAS
Tel : 232-940835