sexta-feira, 28 de março de 2008

Recuperação ambiental da Barragem Velha (Urgeiriça) estará concluída este mês

O anúncio foi hoje feito no passado dia 7 de Março, por Duarte Barros, coordenador da obra da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), entidade responsável pela reabilitação de zonas mineiras degradadas e abandonadas de todo o país, incluindo as 61 de urânio existentes na Região Centro.

Com um custo na ordem dos seis milhões de euros, as obras ficarão concluídas cerca de dois anos depois de se terem iniciado, colocando um fim a emissões de radioactividade que chegavam a atingir “15 mil choques”, uma quantidade muito superior à permitida por lei.
“Conseguimos amplamente atingir os objectivos, até suplantámos as expectativas mais optimistas que havia”, que eram de “1.000/1.500 choques”, afirmou Duarte Barros durante uma reunião técnica, acrescentando que, actualmente, a radioactividade da Barragem Velha tem até “valores abaixo das zonas envolventes”.
Segundo o responsável, além dos rejeitados que já aí se encontravam, foram ainda transportados para a Barragem Velha mais 140 mil metros cúbicos que estavam na escombreira (local de acumulação de resíduos) de Santa Bárbara e na zona dos minérios pobres, ambas situadas na envolvente das instalações da sede da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU), na Urgeiriça.
Apesar de esses resíduos “não terem valores tão problemáticos”, foi decidido transportá-los para a Barragem Velha, ficando também assim selados.
A recuperação consistiu em colocar em cima dos resíduos radioactivos 60 centímetros de argila, o que levou logo a que “os valores radiométricos baixassem de sobremaneira”, mais dois milímetros de tela, seguida de duas camadas de inertes (areia e brita) e mais 50 centímetros de terra vegetal. Foi também criado um complexo sistema de drenagem.
Duarte Barros explicou que dois incidentes ocorridos em 2006, ventos fortes no Verão e chuvas no Inverno – que levantaram poeiras e arrastaram lamas, respectivamente – levaram à alteração do tipo de tela, até porque “nunca houve um espírito economicista” nesta obra.
Pelo mesmo motivo, foi decidido instalar seis estações de captação de radão (gás resultante do urânio) que não estavam previstas, para analisar o seu comportamento desde a camada contaminada até à final.
A Barragem Velha era considerada o principal foco de contaminação da Urgeiriça, tendo, por isso, esta sido a intervenção prioritária.

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